Coluna do Jô - Direto de Melbourne

16 de Julho de 2008.

Melhor do que relembrar algo emocionante, é refazê-lo com a mesma emoção - e pq não com mais? - que da primeira vez. E foi assim q essa semana começou pra mim.

A emoção em questão chama-se "Grand Prix 3", lançado em 1998 por Geoff Crammond e até hoje jogado por uma legião de fãs de simuladores de Fórmula 1. Pouquíssimos jogos para PC resistem a 1 década de existência, e o GP3 (apelido carinhoso) o faz graças à emoção de uma partida em rede e aos patchs de atualização que seus fãs constroem e divulgam na internet (sendo assim possível correr com os pilotos, equipes e pistas da atual temporada. Sem q seja feito algum lançamento oficial).

Durante o ano de 2004, eu morava em república enquanto concluía o ensino médio no CEFET-ES em Colatina. Dividía-mos a "casa" (chamava-se República Tcheca) em 6, e com 2 computadores resolvemos colocá-los em rede e assim começamos a jogar um contra o outro (2 em cada pc, em turnos automáticos durante a corrida), jogamos meia temporada. Difícil descrever a emoção de um largada com mt 'costuramento' e poucos toques, a conquista da pole no último instante da classificação, um bom - ou mal - jogo de equipe, ou quem sabe uma volta majestosa onde vc e seu rival humano trocam de posiçao a cada freada em San Marino. Prazer indescritível.

É neste contexto q segunda-feira (14/07), às 9 da manhã meu então companheiro de república (e rival de gp3) Guilherme, aparece aqui em casa para podermos acertar os detalhes de um novo campeonato de gp3, ficamos a manhã inteira só pra colocar os 2 pcs pra conversar. Pela tarde corremos atrás de intimar o resto dos 'pilotos'.

Depois de treinado um pouco (pouco mesmo, pois a 1ª pista é o GP da Austrália, já conhecidíssimo entre nós), e com o dia já quase virando noite, resolvemos partir pra corrida. Como estávamos jogando em 3 pcs, não há modo de classificação, sendo assim o jogo nos coloca aleatoriamente nas primeiras posições do grid.

Bom, não me lembro bem de como q foi a largada, mas o quadro de voltas indica que larguei em 2º com G Timm na pole e E C Glazar logo atrás. Ao completar a 1ª volta eu já tinha assumido a liderança (não me lembro bem, mais acredito q o Timm errou em alguma freada). E assim continuou a corrida pra mim, liderando praticamente de ponta a ponta, andando de forma rápida e consistente, marquei a Best Lap com bastante vantagem(1.584s) e segui a corrida de forma tranquila. Com exceção das 2 ou 3 primeiras voltas, a etapa de Melbourne se mostrou bastante fria pra mim.

Quadro de Voltas:

Já para Timm acredito que tenha sido um pouco conturbado, uma vez q ele largou na pole e só conseguiu pilotar de forma rápida até a 3ª volta qndo ocupava a 2ª posição, errou e caiu para 6º. 3 voltas depois errou denovo e caiu pra 11º, logo em seguida perdeu o controle e acabou quebrando o carro na 10ª volta.

Ainda bem que existia um garotinho chamado Eduardo C. Glazar para fazer história em Melbourne. Após o seu erro na 2ª volta, onde acabou trocando a 2ª posição pela 12ª, assistimos a um verdadeiro show de pilotagem, proporcionando ultrapassagens aquém da imaginação, colocando sua Honda em lugares incabíveis chegando a ultrapassar 2 carros de uma única vez. Uma pena q na 20ª volta um deslize tenha lhe custado um bico e as várias posições que bravamente acabara de conquistar. Após o pitstop não programado, o piloto voltou a andar rápido tentando recuperar o tempo perdido, fez ainda uma outra parada pra troca de pneus e abastecimento antes de se envolver em um acidente que o tirou da prova na 35ª volta. Uma pena.

Apesar da pouquíssima briga entre pilotos humanos na Austrália, saímos da terra do canguru bastante satisfeitos, pois após quase 4 anos de recessso, voltamos a sentir a tensão de uma largada e a emoção da disputa por posições.

E que venha San Marino, palco de fortíssimos 'pégas'.